quinta-feira, outubro 27, 2011

APRENDIZ DE MIM

Até onde meus limites permitiram eu pude ir, encontrei barreiras, desafios, mas me manti. No começo foi bem difícil, não entendia porque estava ali, naquele lugar sem chão, sem base alguma para por os pés, totalmente diferente do sonho estonteante que eu mesmo havia construído na cabeça. A insegurança tomou conta de mim, percebi que o relógio não me obedecia, tinha vida própria não era eu quem escolhia. Confesso que por vezes me desesperei, chorei, mas não parei. Vivendo nesse grande vazio, tive tempo de me conhecer e valorizar esse barco tão simples e seus navegantes que vivem tão sozinhos e aprissionados, que aprendem por si só. Aprendi a respeitar mais, a escutar mais, aprendi a empatia, revi meu conceitos, pré-conceitos e me desenvolvi. Me relacionei com os mais diversos níveis, pessoas de alta classe, pessoas de bom coração, outras amargas e de frieza visível. Não queria falar, mas falei, o sentimento de explodir falou mais alto, superei a mim e a meus medos. Decidi então conhecer novas águas, desvendar outros caminhos. Conheci novos navegantes, estes mais preparados e instruídos, sem a pureza dos esquecidos. Conheci incríveis lugares, sabores, humores, que até então só ouvia falar. Trabalhei demais, mais que muitos até, mas o trabalho dignifica o sujeito e me sinto confortável por isso, vivi emoções com reações distintas, que agora permanecem na memória, que levo pra vida. E como toda viagem tem seu fim, chega o momento de se despedir, onde a expedição acaba. Deixo esse barco com orgulho, com amigos, com carinho, com experiência, com a lembraça dos números, dos papéis, com lágrimas nos olhos e a certeza de que fiz o meu melhor. Agora sigo o meu destino, rumo a um novo porto, em busca de outras viagens e boas companhias, que ainda pretendo  encontrar nos imensos mares da vida.